Mas eu sempre achei que fosse um defensor da Razão!

"Só que suas escolhas nunca foram racionais" -- isso foi o que meu terapeuta me disse quando cheguei a conclusão de que muitas das minhas principais escolhas eram irracionais.

Acho que preciso me apresentar. Meu nome é Arthur, já tenho quase 25 anos, sou bacharel em lazer e turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Tenho ouvido bastante jazz, bossa e também gosto de eletrônica alternativa (como Air, sabe?) e rock dos anos 80 (gosto de The Clash). Também gosto de escrever crônicas, embora tenha que desenvolver minhas aptidões no discurso dissertativo. Pra terminar, estou matriculado no curso preparatório para os vestibulares de 2016-2017, quero ingressar em algum curso gratuito de arquitetura e urbanismo.

Acontece que eu tenho valorizado a tomada de decisões pautado no campo do racional. Aham. Demorei sete anos para me graduar. Os últimos dois anos e meio só existiram para terminar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Meu curso por si só não garante boas posições no mercado de trabalho e exige competências extras como idiomas. Nunca concluí um curso sequer de idiomas: fiz dois anos de inglês e um semestre de francês. Morei seis meses sem meus pais, na mesma cidade que os meus pais (fui convidado a me retirar, mas também convidado a retornar). Tudo me parece bastante racional, não é? Super racional.

Essa vida pós-universidade tem sido consideravelmente difícil, confusa e recheada de algumas trapalhadas. Eu também sei que o mundo tem muitas questões mais urgentes que a vida de um jovem de classe média perdido. Mas, por meio dos erros, tenho visto que é necessário pensar o macro pra não ser obtuso, e focar no micro pra conhecer melhor essa embarcaçãozinha chamada "eu" e achar a sua rota nos mares. Eu espero que outras pessoas confusas pós-universidade vejam em mim um pouco das suas angústias e trapalhadas, inspirem-se ou compartilhem ideias e experiências.